O esquema analítico do chamado trilema de Rodrik,
que abre este post, e que pretende representar a impossibilidade simultânea de
aprofundar a globalização, respeitar o Estado-Nação e manter a democracia política
como conquista social decisiva dos povos em diferentes geografias, apadrinha o
meu regresso afetivo ao tema da globalização. Regresso afetivo porquê? Afetivo
porque é concretizado no âmbito de uma aula na Faculdade de Economia do Porto,
a minha casa de todas as emoções, no âmbito do mestrado de Economia e Gestão da
Inovação, de que fui um dos fundadores e que vai fazendo o seu caminho, em
termos de procura e de empregabilidade dos seus diplomados. A aula foi centrada
no tema: A encruzilhada da globalização no pós- 2007-2008.
Para além da dimensão afetiva do regresso a um
tema e a uma casa, a passagem pela FEP constituiu também oportunidade para
confirmar, o que outros testemunhos de amigos próximos já tinham evidenciado,
que a Universidade vive um período crítico, sobretudo pelo ambiente de atomização,
descrença, desmotivação, divisão de equipas, falta de visão estratégica, enfim
tudo que é suscitado pelo consulado trágico de um Crato isolado, sem qualquer
perspetiva do papel do ensino superior no atual estádio de construção da sociedade
portuguesa e de resposta aos seus principais desafios. Uma Universidade feita
de pequenas ilhas, que não comunicam entre si e que não constituem sequer um arquipélago.
Infelizmente, a confirmação de que a minha
reforma antecipada das lides académicas, apesar de dolorosa, está a revelar-se
bastante racional à medida que o tempo vai cobrindo a decisão tomada.
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