Só posso lamentar sinceramente e manifestar o maior dos respeitos pela doença de Laura Ferreira, atual mulher do nosso primeiro. Mas, em meu entender, não deixa por isso de ser degradante e denunciável o modo como o extremoso marido trata publicamente a questão, integrando-a à sorrapa na sua própria campanha de imagem com claros fins eleitoralistas. As capas das revistas cor-de-rosa desta semana dizem tudo quanto à instrumentalização a que se tem prestado “Lolita” (para os familiares e amigos, já que o cônjuge parece preferir chamar-lhe “Fofinha”) com vista a colaborar com Passos no sentido da satisfação das suas incontroláveis ambições.
A senhora, que até não deve ser má pessoa, mostra bem as suburbanas limitações massamaenses que são as suas no perfil que dela traça a “Visão” de hoje (também ela rendida ao peep show). Uma rapariga que queria ser médica mas desistiu do curso por não gostar de Anatomia (melhor é impossível!), que se apaixonou por um galfarro que lhe cantava ópera ao volante de um Panda velhíssimo (romantically challenged!), que deixou nervosamente cair o telemóvel só de o ouvir (o farrusco, o telefone e eu!) e que até teve a felicidade de sentir serem as mãos de tão ditosa figura a raparem-lhe a cabeça aquando do seu tratamento quimioterápico no IPO (o barbeiro de Sevilha!).
Portas já tinha prometido que esta seria uma disfarçada mas eficaz bandeira da campanha da Coligação PSD/CDS, mas eu estava convencido de que o oportunismo de Passos não ia, apesar de tudo, tão longe. Até porque já tinha podido beneficiar do exemplo de Guterres primeiro-ministro perante a doença da sua mulher Luísa. Que diferença, que vergonha!
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