Já aqui por várias vezes me expliquei sobre o que penso dessa invenção ultraconsumista do dia disto e daquilo. Obviamente que há algumas exceções condignas, que aliás pouco mais servem do que para confirmar a regra, mas a infeliz dominante passa pelo irritante decretar de que tudo e todos têm direito à instituição de um dia dedicado – e ele há dias comemorativos de cada coisa mais absurda!
O caso mais proximamente estranho foi observado ontem, batizado nada menos do que como o “dia do irmão do meio”. Ao invés, o dia de hoje marca uma normalidade que me é cara, a da celebração do dia internacional do canhoto que aqui registo com uma dúzia de exemplares notáveis dentro da espécie (no quadro de um largo e não muito consequente critério de escolha): Da Vinci, Newton, Beethoven, Einstein, Nietzche, Picasso, Chaplin, Dylan, Senna, Gates, Clapton e Marylin. Pela minha parte, o que mais pretendo sublinhar é quanto começam a ser discriminatórias as referências minimizadoras dos canhotos (da sua significação científica e percentual às dificuldades com que se defrontam quotidianamente), sobretudo para quem conheceu o ensino e as escolas portuguesas em meados do século passado e entende ter o dever de homenagear a lucidez de uma professora primária de nome Francina que, na Ordem Terceira do Carmo ao Carregal (Porto), resistiu à obrigação que lhe era imposta de fazer de si um dextro à força...
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