segunda-feira, 3 de agosto de 2015

EMERGENTES, O TANAS!




(A geografia económica mundial continua a surpreender-nos)

Num registo leve mas não frívolo que a época estival aconselha, é tempo de destacar aqui uma excelente peça do Financial Times on line sobre a designação que é mais de arquivo do que realmente portadora de sentido e novidade de economias emergentes. Em clara associação com a realidade aqui ontem discutida da estagnação secular que se abate sobre as economias mais avançadas, a oposição economias avançadas ou maduras versus economias emergentes começa a perder sentido quando, à paridade de poder de compra, o grupo das nações emergentes já supera o produto das economias maduras. Estas em 10 anos, de 2004 a 2014 passaram à PPC de 54% para 43% do produto mundial. É sobretudo surpreendente a ascensão da Ásia emergente que passou de 19 para 29% do produto mundial. A China é considerada emergente e é nada mais, nada menos do que a maior economia do mundo à PPC.


E em termos de reservas cambiais então a evolução dos emergentes é verdadeiramente meteórica, o que é particularmente relevante num universo de forte endividamento a ocidente (ver gráfico acima).

Comecei a minha carreira académica com a designação de Terceiro Mundo à perna e compreendo agora as transformações por que tem passado a minha afeição pela economia do desenvolvimento. O FT é simpático quando conta a história de duas economias, o Chile (emergente) e Portugal (desenvolvido), a coberto da informação proporcionada pelo rendimento per capita. O que conta verdadeiramente é a economia concreta de nações concretas, para lá de todas as classificações que a dinâmica de transformação económica se encarrega de destruir a bem das evidências.



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