(A geografia económica mundial continua a
surpreender-nos)
Num registo leve mas não frívolo que a época estival aconselha, é tempo de
destacar aqui uma excelente peça do Financial Times on line sobre a designação que é mais de arquivo do que realmente
portadora de sentido e novidade de economias emergentes. Em clara associação
com a realidade aqui ontem discutida da estagnação secular que se abate sobre
as economias mais avançadas, a oposição economias avançadas ou maduras versus
economias emergentes começa a perder sentido quando, à paridade de poder de
compra, o grupo das nações emergentes já supera o produto das economias
maduras. Estas em 10 anos, de 2004 a 2014 passaram à PPC de 54% para 43% do
produto mundial. É sobretudo surpreendente a ascensão da Ásia emergente que
passou de 19 para 29% do produto mundial. A China é considerada emergente e é
nada mais, nada menos do que a maior economia do mundo à PPC.
E em termos de reservas cambiais então a evolução dos emergentes é
verdadeiramente meteórica, o que é particularmente relevante num universo de
forte endividamento a ocidente (ver gráfico acima).
Comecei a minha carreira académica com a designação de Terceiro Mundo à
perna e compreendo agora as transformações por que tem passado a minha afeição
pela economia do desenvolvimento. O FT é simpático quando conta a história de
duas economias, o Chile (emergente) e Portugal (desenvolvido), a coberto da
informação proporcionada pelo rendimento per capita. O que conta
verdadeiramente é a economia concreta de nações concretas, para lá de todas as
classificações que a dinâmica de transformação económica se encarrega de
destruir a bem das evidências.
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