terça-feira, 25 de agosto de 2015

MAIS APOIOS PARA CORBYN




(Apoios declarados não necessariamente de fiéis seguidores do candidato ao Labour)

Depois da denúncia clarividente que Robert Skidelsky no Project Syndicate fez dos efeitos da onda TINA (There Is No Alternative) na apreciação desesperada do candidato mais à esquerda à direção dos trabalhistas no Reino Unido Jeremy Corbin, eis que um conjunto de economistas a ensinar em Inglaterra opta por uma crítica mais contundente (aqui e aqui): a posição de Corbyn de ataque à austeridade pode ser considerada uma posição de mainstream, acusando indiretamente o governo conservador de Cameron e Osborne de radicalismo.

Revejo-me nessa denúncia do radicalismo conservador britânico porque sempre aqui defendi que ele tem inspirado a entourage de Passos Coelho. E convém não esquecer que ganharam eleições.

Por isso cito o texto que tem à cabeça as assinaturas de David Blanchflower e Mariana Mazucatto, boas companhias:
                       
Há uma acusação generalizada de que Jeremy Corbyn e os seus apoiantes deslocaram-se para a extrema-esquerda da política económica. Mas essa acusação não é corroborada pelas declarações ou políticas do candidato.

A sua oposição à austeridade é atualmente economia de mainstream, até suportada por um FMI conservador. Ele pretende estimular o crescimento e a prosperidade. Votou contra os vergonhosos cortes de 12.000 milhões de libras na fatura social.

Apesar da barragem que a cobertura dos media proporciona às posições contrárias, é a atual política do governo e os seus objetivos que são extremados. A tentativa de produzir um orçamento público equilibrado predominantemente através de cortes na despesa falhou na legislatura anterior. Pobreza infantil crescente e cortes na proteção dos mais vulneráveis não têm justificação. Cortar no investimento público em nome da prudência é errado porque inibe o crescimento, a inovação e os aumentos de produtividade, que são todos necessários à nossa economia, na qual a dívida aumenta devido a receitas fiscais mais baixas.

Os abaixo assinados não são todos apoiantes de Jeremy Corbyn. Mas com esta posição esperamos clarificar de que lado está afinal o extremismo no atual debate económico.”

Palavras simples, mensagens incisivas mas também simples, algo do género que desejaria na campanha do PS. Que poderiam ter a suportá-las todos os cenários macroeconómicos que os Centenos deste país ávidos de intervenção política poderiam patrocinar.

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