(Apoios declarados não necessariamente de fiéis
seguidores do candidato ao Labour)
Depois da denúncia clarividente que Robert Skidelsky no Project Syndicate fez
dos efeitos da onda TINA (There Is No Alternative) na apreciação desesperada do
candidato mais à esquerda à direção dos trabalhistas no Reino Unido Jeremy
Corbin, eis que um conjunto de economistas a ensinar em Inglaterra opta por uma
crítica mais contundente (aqui e aqui): a posição de Corbyn de ataque à austeridade pode ser
considerada uma posição de mainstream, acusando indiretamente o governo conservador
de Cameron e Osborne de radicalismo.
Revejo-me nessa denúncia do radicalismo conservador britânico porque sempre
aqui defendi que ele tem inspirado a entourage de Passos Coelho. E convém não
esquecer que ganharam eleições.
Por isso cito o texto que tem à cabeça as assinaturas de David Blanchflower
e Mariana Mazucatto, boas companhias:
“Há uma acusação
generalizada de que Jeremy Corbyn e os seus apoiantes deslocaram-se para a
extrema-esquerda da política económica. Mas essa acusação não é corroborada
pelas declarações ou políticas do candidato.
A sua oposição à
austeridade é atualmente economia de mainstream, até suportada por um FMI
conservador. Ele pretende estimular o crescimento e a prosperidade. Votou
contra os vergonhosos cortes de 12.000 milhões de libras na fatura social.
Apesar da barragem que a
cobertura dos media proporciona às posições contrárias, é a atual política do
governo e os seus objetivos que são extremados. A tentativa de produzir um
orçamento público equilibrado predominantemente através de cortes na despesa
falhou na legislatura anterior. Pobreza infantil crescente e cortes na proteção
dos mais vulneráveis não têm justificação. Cortar no investimento público em
nome da prudência é errado porque inibe o crescimento, a inovação e os aumentos
de produtividade, que são todos necessários à nossa economia, na qual a dívida
aumenta devido a receitas fiscais mais baixas.
Os abaixo assinados não
são todos apoiantes de Jeremy Corbyn. Mas com esta posição esperamos clarificar
de que lado está afinal o extremismo no atual debate económico.”
Palavras simples, mensagens incisivas mas também simples, algo do género
que desejaria na campanha do PS. Que poderiam ter a suportá-las todos os cenários
macroeconómicos que os Centenos deste país ávidos de intervenção política
poderiam patrocinar.
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