Lenta e gradualmente, a normalidade vai regressando a este espaço que, não tendo propriamente feito férias, não deixou de ser marcado pelas singelezas e irrelevâncias da época. O gráfico de rentrée, que abre este post, é mais um daqueles que não está longe de falar: ele mostra como evoluíram, em significativa queda, as quotas de mercado dos grandes países do Euro (Alemanha e França) e dos principais periféricos (Portugal, Grécia e Irlanda, mas também Itália e Espanha) durante todo o período da moeda única e, paralelamente, como foi visivelmente crescendo o peso global das exportações chinesas nesse mesmo período. Além do mais, trata-se de uma evidência da nulidade da política comercial externa da União Europeia ou, talvez melhor, do caráter altamente nocivo da sua condução por liberais de pacotilha ou interesseiramente interessados: o inglês Leon Brittan, que construiu os alicerces ainda ao tempo da presidência de Delors, Pascal Lamy (o socialista francês que se deixou deslumbrar pelo comércio livre e viria a ser premiado com o comando da OMC) na presidência Prodi, o inglês e trabalhista Peter Mandelson (complementado pela compatriota Catherine Ashton e pela austríaca Benita Ferrero-Waldner) na primeira presidência Barroso e o belga Karel De Gucht na segunda. Sendo ainda mais explícito: foram, sobretudo, a forma gratuita como se favoreceu e facilitou a adesão da China à OMC em 2001 e a irresponsável implementação de uma abertura dos mercados europeus sem quaisquer contrapartidas e em claro favorecimento dos importadores (ingleses e holandeses, designadamente) que contribuíram para que se produzissem tão brilhantes resultados...
(Paresh
Nath, http://www.khaleejtimes.com)
Sem comentários:
Enviar um comentário