quarta-feira, 19 de agosto de 2015

NIMBY




Renzi já tinha feito declarações muito duras sobre o modo como a União Europeia está a não ser capaz de tratar da “pior crise de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial”. E o caos que está a viver-se na Grécia, com a incomportável vaga de imigração em curso (160 mil só neste ano) e o seu afluxo agravado nas últimas semanas nas ilhas gregas, comprova novos aspetos dramáticos da questão.

Pois chegou agora a vez da própria Merkel: há dias, numa entrevista televisiva, a chanceler alemã classificou o tema como mais preocupante para a Europa do que a crise da Grécia ou a estabilidade da moeda única e defendeu explicitamente uma política europeia comum de asilo e a necessidade de se avaliarem as situações dos países em guerra de onde parte a grande maioria dos migrantes.

Bem prega Frei Tomás, já que todas as indicações que vão sendo dadas (política e socialmente) apontam para que as chamadas “condições objetivas” vigentes não pareçam minimamente de molde a alterar mais do que cínicos detalhes na dura realidade que decorre em linha direta do que os dirigentes políticos longamente cozinharam junto das suas opiniões públicas. O que o caricaturista José Manuel Álvarez Crespo (basco de nascimento e catalão de adoção, publicando especialmente no “La Vanguardia” e no “El Economista” sob o pseudónimo NAPI) tão bem tem vindo a tratar neste Verão e o que também o recente caso de uma iniciativa de acolhimento temporário de urgência na Bélgica ilustra – quando os excessos rácicos e anti-humanitários não imperam, a ordem do dia vai sendo incessantemente pontuada pela dominância da sempre sugestiva expressão NIMBY (not in my backyard)...

 (Pierre Kroll, http://www.lesoir.be) 

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