Não vou de modo algum tão longe como António Barreto quando declara que “há hoje em dia um grande político, a sra. Merkel”. Mas, por uma vez, concordo com o diagnóstico que a supostamente grande e ditosa senhora vai fazendo sobre os incomensuráveis e potencialmente incontroláveis riscos que impendem sobre a Europa em razão da chamada “crise dos refugiados”. Que há dias o “The New York Times”, dirigindo-se a uma Europa que se esquiva à obrigação de proteger aqueles e sublinhando a traição que tal constitui em relação aos seus valores fundamentais, assim tratava: you’re better than this.
E direi até mais: pode estar precisamente aqui – nesta explosiva terra de ninguém em que se cruzam expectativas desesperadas, egoísmos nacionais exacerbados, políticos de vistas curtas e populismos irrestringíveis – o fim de muito do que hoje nos enquadra, de Schengen à União Europeia, da normalidade democrática à paz. Por isso, volto ao assunto em diversas línguas e neste final de mês que marca o retorno ao trabalho por parte da maioria dos cidadãos e responsáveis deste cada vez mais Velho Continente, na esperança provavelmente vã de que algo possa ainda contribuir para despertar as inconsciências dominantes...
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