Como têm certamente notado, as minhas reflexões, embora
teoricamente orientadas, são muito baseadas em evidências (evidence-based). Sou nesta orientação muito influenciado pela minha
experiência de avaliação de políticas públicas e de programas. A chamada
avaliação baseada em evidência e realista tem marcado muita da minha experiência
de avaliador e não pode deixar de se prolongar para outras reflexões.
Tudo isto porque me chegaram ao conhecimento algumas evidências
sobre as alternâncias democratas – republicanos nos Estados Unidos e os números
encontrados não deixam de ser surpreendentes. Colidem claramente com alguns
clichés que têm sido formados sobre o pretenso intervencionismo democrata. Convém
sublinhar que os números agora apresentados dizem respeito a um dos lados da
equação, a despesa pública. Na dimensão da receita e sobretudo da política
tributária encontraríamos outras nuances, sobretudo em torno da política fiscal
republicana.
Mas o gráfico acima não deixa de ser surpreendente.
O comportamento do ritmo de crescimento da despesa per
capita apresenta na administração Clinton o valor mais baixo e o da administração
Obama é bem mais moderado do que o poderia antever-se, pelo menos através da
pressão republicana. Em contrapartida, a família Bush fica ligada aos mais
elevados ritmos de crescimento da despesa pública per capita. Quem diria?
Aliás, se observarmos atentamente o comportamento do
consumo e do investimento públicos (ver gráfico acima) verificamos a falácia do
intervencionismo de Obama. É por esta razão que o crescimento do emprego gerado
pelo setor privado da economia americana tem conseguido compensar a destruição
de emprego por parte da administração pública americana, mas não a ponto de
projetar a economia americana para um “momentum”
(irreversível) de recuperação do desemprego.
Sem comentários:
Enviar um comentário