domingo, 3 de junho de 2012

AS APARÊNCIAS ILUDEM …


Como têm certamente notado, as minhas reflexões, embora teoricamente orientadas, são muito baseadas em evidências (evidence-based). Sou nesta orientação muito influenciado pela minha experiência de avaliação de políticas públicas e de programas. A chamada avaliação baseada em evidência e realista tem marcado muita da minha experiência de avaliador e não pode deixar de se prolongar para outras reflexões.
Tudo isto porque me chegaram ao conhecimento algumas evidências sobre as alternâncias democratas – republicanos nos Estados Unidos e os números encontrados não deixam de ser surpreendentes. Colidem claramente com alguns clichés que têm sido formados sobre o pretenso intervencionismo democrata. Convém sublinhar que os números agora apresentados dizem respeito a um dos lados da equação, a despesa pública. Na dimensão da receita e sobretudo da política tributária encontraríamos outras nuances, sobretudo em torno da política fiscal republicana.
Mas o gráfico acima não deixa de ser surpreendente.
O comportamento do ritmo de crescimento da despesa per capita apresenta na administração Clinton o valor mais baixo e o da administração Obama é bem mais moderado do que o poderia antever-se, pelo menos através da pressão republicana. Em contrapartida, a família Bush fica ligada aos mais elevados ritmos de crescimento da despesa pública per capita. Quem diria?
Aliás, se observarmos atentamente o comportamento do consumo e do investimento públicos (ver gráfico acima) verificamos a falácia do intervencionismo de Obama. É por esta razão que o crescimento do emprego gerado pelo setor privado da economia americana tem conseguido compensar a destruição de emprego por parte da administração pública americana, mas não a ponto de projetar a economia americana para um “momentum” (irreversível) de recuperação do desemprego.

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