Dias após a votação de 6 de maio, o “Ethnos” dava a conhecer o
gráfico que abaixo se reproduz sobre uma primeira grande consulta feita junto
dos eleitores gregos. O gráfico revela, para cada um dos 7 partidos que haviam
logrado participação parlamentar, as respetivas intenções de voto em comparação
com o resultado obtido em 6 de maio. Constatava-se, no essencial, a perspetiva
de uma folgada vitória da coligação de esquerda radical (SYRIZA), com 27,7% dos
votos (contra os 16,78% antes conquistados). De referir, ainda, que a “Nova
Democracia” (ND) ainda aqui surgia com os 18,85% dos votos de 6 de maio mas a
tal percentagem deverão somar-se os votos do partido liberal DISY (2,55%) com o
qual chegou, entretanto, a um acordo (ND + DISY = 21,4%).
A 27 de maio, a repetição da mesma sondagem mostrava (gráfico abaixo) uma quebra do SYRIZA (25,5%) e uma passagem para a liderança da ND (27,7%), para além de outras variações mais ou menos relevantes, designadamente melhorias dos socialistas (PASOK) e da “Esquerda Democrática” (DIMAR) e quedas da direita democrática (ANEL), do KKE (Partido Comunista) e da extrema-direita (XA).
O gráfico seguinte estabelece a comparação entre os resultados de 6 de maio (ND já incorporando DISY) e a média das sete últimas sondagens que foram dadas a conhecer (resultados ajustados). Dele se retira a comprovação da tendência de subida da ND ao longo do mês, mas também uma estabilização do SYRIZA nos níveis pós-eleitorais iniciais.
Em relação à grande dúvida que mantém a Europa em suspenso, o “mano-a-mano” entre SYRIZA e ND nada nos permite dizer de minimamente seguro. Apenas que a aritmética percentual favorece o primeiro por décimas (27,64% contra 27,27%) enquanto a aritmética em número de vitórias beneficia o segundo (4 contra 2 e 1 empate), tal como também ocorre com a dinâmica recente.
Será curioso juntar a toda esta informação o resultado da última
sondagem divulgada (“last poll”, Metron), segundo a qual a ND venceria por sete
décimas e elegeria 121 deputados (incluindo os 50 decorrentes de ser o partido
vencedor) que, somados aos 35 do PASOK, permitiriam um governo de “bloco
central” ou “pró-austeridade”; enquanto o SYRIZA apenas somaria, ingloriamente,
17 novos deputados aos 52 antes conseguidos. Ou seja, tudo se joga naquelas
décimas que decidirão quem chega à frente: a ser a ND, haverá prováveis
condições para a formação de um governo (coligação ND-PASOK); a ser o SYRIZA, tais condições não
existirão e tudo poderá então acontecer – é ou não é verdade que o “diabo”, ou a
falta dele, pode estar mesmo nos detalhes?
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