(Conferência performance dos chefes do Vasco Mugaritz no MIT Boston-Massuchessets)
A gastronomia está no topo da euforia dos media e televisão em particular, a
cultura da criatividade culinária está ao rubro e dissemina-se por todo o mundo
e tudo isto me causa uma enorme inveja, pois circunstâncias da vida
afastaram-me do tema e sou hoje um gastrónomo-excluído, condenado a saborear a
criatividade dos outros.
Um artigo do El País de ontem, assinado a partir
de Boston por Javier Barbuzano, dava-me conta do êxito avassalador que
constituiu a conferência-performance de três chefes do célebre restaurante
basco VASCO MUGARITZ no MIT de Boston-Massachussets, perante estudantes,
engenheiros e cientistas.
Para além da sua dimensão meramente lúdica e
sensorial, a conferência-performance dos chefes do Mugaritz tem uma enorme
relevância pois vem ao encontro do que penso estar a acontecer perante os
nossos olhos e que se prende com as relações cada vez mais potenciadoras de
variedade relacionada entre a gastronomia criativa e a investigação científica.
Esta dimensão de variedade relacionada constitui uma oportunidade estrutural
para levar o sistema de investigação científica a territórios em que o património
natural, cultural e ambiental constituem os ativos de desenvolvimento que
muitos territórios podem mobilizar para construir o seu futuro. Domínios como a
microbiologia, a biotecnologia, a estrutura dos materiais, a química alimentar
e toda as ciências da vida podem constituir recursos para a criatividade
gastronómica e animar assim sistemas regionais de inovação de regiões como, por
exemplo, o Alentejo.
Mesmo a matar para amanhã discutir com eleitos
locais alentejanos.
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