quinta-feira, 18 de setembro de 2014

IDEOLOGIA, SENSO COMUM E EVIDÊNCIA



Simon Wren-Lewis publicou em 17 de setembro no seu brilhante Mainly Macro uma curta referência a uma obra, Keynes – Useful Economics for World Economy, de Peter Temin (MIT) e David Vines (Oxford) que situa os trabalhos de Keynes no célebre Macmillan Committee. A designação oficial do Comité era a de Committee on Finance and Industry e integrava um conjunto de economistas, entre os quais Keynes, cuja missão era discutir as razões que conduziram a economia britânica à depressão na sequência do crash da bolsa em 1929.
A obra, cuja leitura está em fila de espera, e que fila, permite analisar a luta que Keynes manteve com o então governador do Bank of England, Montagu Norman que se mostrou incapaz de compreender a realidade do desemprego na altura.
O que me interessa por hoje é mencionar aqui uma síntese decisiva com que Wren-Lewis brinda os Montagu Norman de hoje.
Vejam como a síntese é lapidar:
The lesson I should have drawn from the Great Depression is that a powerful ideology, in the hands of people remote from those adversely affected by it, can overcome common sense and evidence”.
A lição que retirei da Grande Depressão é que uma ideologia poderosa, nas mãos de pessoas que estão a léguas das que são por ela afectadas, pode transformar-se em senso comum e evidência”.
Que os deuses nos protejam dos Montagu deste tempo.

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