quarta-feira, 17 de setembro de 2014

COM AMIGOS DESTES...

(Cristina Sampaio, http://expresso.sapo.pt)


Tomo por pretexto explorativo a crónica de Alberto Castro (AC) no JN de ontem. Avisando antecipadamente, e para evitar confusões improcedentes, que sou há quarenta anos amigo do autor, prestigiado professor da Universidade Católica e distinto titular de cargos empresariais relevantes na EDP e na Mota-Engil.

Primeiro as primeiras coisas, no caso a humilde manifestação da minha homenagem pela chamada de atenção que dispensa à estruturação/hierarquização que Juncker pretende dar à sua equipa de comissários. Concordo inteiramente com o AC nesta matéria tão relevante e tão cheia de alçapões e que, ao contrário do que o pensamento único e o jornalismo preguiçoso vão repetindo, não estará completamente fechada até que o Parlamento Europeu se pronuncie – e já começam a surgir sinais públicos (caso do líder do PSOE) de que podem surgir ondas não despiciendas...



Depois as outras coisas, no caso aquele bem intencionado (“se ficamos à espera dos amigos...”) mas peregrino apelo a Cavaco no sentido de organizar debates públicos (finda a disputa pela liderança socialista) sobre os grandes temas em que deveria haver um acordo político interpartidário. O meu ponto não é tanto o de não estar a ver Cavaco a dar-se a esse trabalho, porque a sua lógica é outra e bem mais egocêntrica do que tão patriótica assim – mas até pode ser que venhamos a ver AC e outras personalidades no desempenho dessa tarefa (de duvidosa utilidade, digo eu). O meu ponto é outro, portanto, e ele decorre daquele entre vírgulas em que o AC se refere a “o seu [dele, Cavaco] último grande papel” – último grande papel? Então cadê os anteriores, meu caro? Ou querias dizer único?

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