Os portugueses têm talvez o primeiro-ministro que
merecem, pois Passos Coelho cedo mostrou ao que vinha e a sua mediania é
transparente.
No caso TECNOFORMA, para além de um comportamento
do secretário-geral da Assembleia da República que cheira a esturro e a
servicinho interesseiro de quem pretende velar sabe-se lá por que interesses, é
espantoso como praticamente ninguém na comunicação social discutiu o que
deveria ser discutido.
Ninguém entende a razão de tanta demora para
afirmar que eram despesas de representação e não remunerações propriamente
ditas, sobretudo atendendo aos custos e desconfiança que suscitou. Mas o mais
importante não é essa dimensão do problema. O que vale a pena discutir é o
significado dessas despesas de representação, interrogada que esteja a sua
magnitude, pagas por uma ONG promovida por uma empresa com o curriculum da
Tecnoforma. O que terá feito um deputado da República para justificar esse
investimento, que portas abriu o então jovem Passos? É de facto notável como é
que o primeiro-Ministro passa por cima desta questão, como se ela não
existisse. Passará a ser simbólico, até quando?, termos um primeiro-Ministro
que assume com naturalidade ter sido intérprete de um qualquer processo de
abertura de portas. A gravidade de tudo isto é totalmente independente da conta
bancária de Passos, seja ela típica de um “remediado”de Massamá e mesmo que discordemos
dos critérios e intervalos de rendimento a que Passos recorre para assim se
classificar.
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