terça-feira, 23 de setembro de 2014

DE TRUZ!



Aquele ar visionário de Passos remetendo para um esclarecimento que devia chegar da Assembleia da República (AR) já me tinha cheirado a esturro. No dia seguinte, o excesso de zelo do secretário-geral da AR também não me tinha caído por aí além. E a rapidez e diligência com que a “boa nova” se espalhara pelos vários blocos noticiosos tinham-me em definitivo convencido de que aqui havia gato. Ei-lo esparramado na primeira página do “Público” de hoje.

Só porque sim, chamaria a atenção para dois elementos factuais e provavelmente irrelevantes. Um tem a ver com o protagonista escondido desta historieta, Albino de Azevedo Soares (AAS) de seu nome; nomeado há seis meses por Assunção Esteves (foto da posse, acima), o dito cavalheiro foi secretário de Estado Adjunto do Ministro Adjunto e da Juventude (Couto dos Santos, atual presidente do Conselho de Administração do Parlamento) do XI Governo Constitucional (liderado por Cavaco Silva), onde tinha por colega de funções no ministério o atual ministro Miguel Macedo. O outro decorre da mui escrupulosa redação do comunicado do gabinete do secretário-geral da AR, declarando tipo “meça suas palavras” que “não existe uma declaração de exclusividade relativa ao período que medeia entre novembro de 1995 e 1999” e que “não foi pago o complemento de 10% que corresponde a essa declaração”, aparentemente duas verdades que permitiram a AAS simultaneamente não mentir e não dizer a verdade toda.

E, em assim sendo, não posso evitar a insistência naquele desabafo que por este espaço vamos recorrentemente deixando (“esta gente...”) mas aproveito a ocasião para daqui acenar saudosamente a Adelina Sá Carvalho, aquela pessoa que durante dez anos ocupou eficaz e condignamente a cadeira onde agora se senta o tão genial idiota útil de uma encenação tão pueril quanto exemplar...

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