Desta vez seleciono três mais dois ditos provenientes de gente não estritamente associada à política, a saber: dois jornalistas no ativo, dois outros que largaram a profissão para se tornarem banqueiros (gerindo na banca ou administrando onde haja dinheiro pelas redondezas) e um advogado com carreira de faz-tudo mas que afinal nada faz.
Vejamos então: enquanto o primeiro daqueles põe o dedo na grande ferida da atual situação política portuguesa ao interrogar-se sobre se ainda haverá PS no final das lamentáveis primárias que correm e o segundo chama pertinentemente à colação um presidente da Câmara do Porto a contas com a estranha figura da independência dependente – ao evoluir de uma independência partidária que, apesar de por ele tão gritada quanto foi, se tem sempre revelado no seu contrário, uma dependência dos patrocínios que em cada momento vão estando mais à mão (do apoio subtil e informal do PSD de Rio e Guilhermina ao apoio abrutalhado e formal do CDS de Moutinho e Pimentel e ao apoio coligado do PS de Pizarro e sua Concelhia, nomeadamente) –, da boca do banqueiro do BPI só veio a manifestação (mesmo que também verrinosa) da grande preocupação que aflige a maioria dos portugueses (a esperança de que não venha por aí mais do pior, i.e., de que “o Banco de Portugal tenha feito bem as contas”). Do lado contrário, a um figurão que parece incomodado com os “imbecis” que o acusam de trabalhar soma-se um administrador não executivo do BES que jura sempre ter exercido funções mudo e calado (significando o “sempre” aquele período durante o qual foi recebendo em conta de banco bom os 2400 euros de senha de presença por reunião de conselho de administração) mas que agora ganhou o gosto pela palavra e até já vai ao ponto de confessar o seu alegado papel de pombo-correio no financiamento partidário – não explicita, todavia, se exercia à época funções na Comissão Nacional de Eleições ou se foi antes ou depois – e de envolver na matéria uma personalidade como Mário Soares – tratar-se-á apenas de um cretino que abusa da impunidade dos nossos brandos costumes?
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