sábado, 27 de setembro de 2014

O PORTO QUE AMANHECE



Não, não se trata de uma tentativa de projetar no Porto a canção de Sérgio Godinho e Caetano. Apenas um registo breve e circunstancial de quem teve de ir ao Porto pela manhã. Para mim, como tenho repetidas vezes sublinhado neste blogue, as cidades são feitas de atmosferas e afetos e a minha experiência de visitante acidental ou frequente reflete essa procura.
No Porto de hoje que amanhecia em torno da zona de que estou afetivamente mais próximo, Cordoaria, Carmo, Carlos Alberto, Ceuta, José Falcão, Cândido dos Reis e adjacências, os grupos de turistas multiplicavam-se e o seu número era tão elevado que chegavam a confundir-se uns com os outros. As atmosferas e as vivências da Cidade passam hoje por uma fase de transformação. Atraíram essa procura e começam a sofrer a influência positiva das mesmas. Grande parte das iniciativas e dos pequenos negócios que têm desabrochado seriam impensáveis sem essa massa crítica de visitantes e isso significa que a transformação aconteceu. Algum declínio comercial é ainda visível, mas esse foi determinado por um fenómeno transversal no país, a crise do mercado interno e o substancial corte no rendimento das famílias.
Com uma dinâmica desta natureza, onde se combinam o êxito do surto turístico e a capacidade de iniciativa não dependente das benesses da corte, impunha-se uma Presidência de Câmara capaz de a entender e de a potenciar. Mesmo descontando as vicissitudes internas do projeto que levou Rui Moreira ao poder, a Presidência parece estar no rumo certo da catalização dessa iniciativa. É um pormenor mas a Câmara recebeu Oliver Stone e presenteou-o com a medalha de honra da Cidade. Uma aragem diferente atravessa o poder. Por agruras do trabalho não pude frequentar nem o D’Bandadas, nem a nova formulação da Feira do Livro, ambas apostas ganhas pelos relatos que consegui reunir.
É bom sinal, basta potenciar os ventos da mudança.

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