quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

DEVEDORES E CREDORES

Ainda a propósito da Grécia, embora não só: é que também Paul de Grauwe (PdG) escreveu sobre o impasse em questão. Com efeito, num post no seu blogue da LSE, PdG deixou clara a ideia de que um “alívio da dívida grega é necessário para evitar uma crise na Zona Euro” e defendeu que um tal alívio deverá ocorrer independentemente de o Syriza chegar ou não ao poder. Salientando que a crise grega resulta conjugadamente dos excessos de despesa pública e privada entre 2000 e 2010 e da imprudência creditícia dos bancos do Norte, assim como a severidade do programa de austeridade levado a cabo (PIB em queda de 25% e desemprego a níveis dos anos 30) e a forma como os bancos largamente conseguiram repercutir o haircut verificado sobre as contas públicas e a consequente inviabilidade de uma dívida pública superior a 170% do PIB, PdG concluía então: “A História ensina-nos que, após uma crise de dívida, se deve encontrar um equilíbrio entre os interesses de credores e devedores. A abordagem unilateral que foi desenvolvida na Zona Euro, em que os devedores foram forçados a suportar o peso total do ajustamento, leva quase sempre a uma revolta desses devedores. É o que está agora a acontecer na Grécia. Tal só pode ser parado se os credores ousarem enfrentar esta realidade.” Avisos precavidos nunca são demais...

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)

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