domingo, 25 de janeiro de 2015

OS GREGOS NÃO SE DEIXARAM INTIMIDAR



Escrevo quando, na feliz expressão do El Mundo, o SYRIZA acaricia a maioria absoluta, provavelmente sem a possuir, veremos.
Mas, de qualquer modo, isso é o que menos importa, já que a série de conflitos, compromissos, cedências, reações e contrarreações, derivas, adaptações de contratos e tratados irão desencadear um processo impossível de prever na sua configuração final de resultados. O que importa é que os Gregos decidiram em função do seu contexto de alternativas e não em função da mais despudorada tentativa de condicionamento político da luta eleitoral. Uma decisão democrática é sempre clarificadora e afirma o primado do político. E o que fundamentalmente me interessa, para além do efeito exógeno na condução do processo europeu e na navegação da imperfeita embarcação do euro é a influência de uma vitória política do contrassistema na evolução da força relativa dos campos de pensamento económico que hoje se confrontam na cena europeia e mundial.
A vitória do SYRIZA sela a primeira disputa democrática após o fracasso das políticas de ajustamento e a grande questão é a de saber se se trata de um efeito-Grécia, exclusivo e isolado, ou se pelo contrário fará um percurso de consequências sucessivas, a começar claramente pelo futuro eleitoral espanhol.
Para tentar compreender a trajetória futura do SYRIZA vou ocupar este fim de noite lendo a entrevista que James Galbraith deu nos últimos dias a Roger Strassbourg, na sua qualidade de conhecedor e próximo de Tsipras, que Mark Thoma no Economist's View nos proporcionou com a acutilância de informação que o caracteriza.

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