quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

FIXEMO-NOS EM 2015, POIS!

(Roger Beale, http://www.ft.com)

(António Fraguas Forges, http://elpais.com)

Contrariamente ao meu colega aqui do lado, fazem-me falta alguns momentos de balanço e retrospetiva. Mesmo reconhecendo que o passado não tem realmente grande tendência para ser relógio de repetições, e pondo de parte os folclores classificativos e os mediatismos balofos, sinto que olhar criticamente para trás raramente deixa de nos fornecer inestimáveis contributos para melhor avaliarmos os caminhos que se nos abrem pela frente.

Mas não se assustem, porque não vou agora rebobinar os dias e voltar aos finais de dezembro que aqui perdi. Quero apenas limitar-me, e muito simbolicamente, a sublinhar quão insuportáveis e azucrinantes podem ser os perigos potencialmente provenientes de não se usar bem aquela necessidade de ler na retaguarda. Ou seja, mais em concreto: e se o mais relevante de 2014 tivesse sido precisamente essa teimosa e interessada insistência numa comodista e socialmente bloqueadora evolução na continuidade?

Quanto a votos para 2015, recorro às sobras de conservadorismo que o peso dos anos já não me dispensa de transportar sobre os ombros para aqui declarar, modesta mas convictamente, que muito me contentaria o simples e pontual silêncio dos que não sabem o que dizem – ou também, e melhor ainda, a mera renúncia dos incompetentes ou a pura omissão dos que fazem por fazer ou porque assim são mandados...

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