quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

MAS QUE GRANDES GESTORES!



A tragicomédia, ópera bufa ou espetáculo similar da PT, agora com buscas judiciais, relatórios de auditorias que deviam ser entregues e não o foram, intromissões despudoradas nesses relatórios, nomes que estavam e que passaram a não estar, constitui a representação rude, real e não encenada do universo de gestores que alimentaram o período de ilusão, auge, ocaso e descrédito do crescimento económico português (e muito lisboeta) e da consolidação democrática nacional.
O modelo de governação corporativa que acolheu e permitiu toda esta trama, com total falta de transparência e desrespeito absoluto pelos interesses de acionistas e trabalhadores de uma empresa que se pretendia global, mas que ficou reduzido ao mais puro localismo de interesses determinados, veio de uma vez por todas desmontar a fragilidade do privado e mostrar os perigos insondáveis da contaminação dos interesses públicos e privados.
Proponho-vos um exercício de flash-back lento e pausado em torno de tudo que foi publicado sobre estes gurus nacionais da gestão pretensamente global, incluindo prémios, honoris causas, outras manifestações de notoriedade e de proximidade ao poder político para compreendermos, de hoje para o passado, como é que toda esta máscara foi lentamente maquilhada.
Mas o que me espanta é como apesar de todas as evidências da ilicitude dos atos os pretensos gurus se mantenham acima e à margem da responsabilização e da prestação de contas.

Sem comentários:

Enviar um comentário