Na esteira de outros economistas muito críticos em relação à Zona Euro, seja quanto ao seu lançamento seja quanto à sua arquitetura institucional seja quanto ao seu funcionamento concreto, Joseph Stiglitz (JS) veio há dias reafirmar sem hesitações a ideia de que “a Alemanha é o problema, não a Grécia”.
Retenhamos algumas declarações mais incisivas sobre algo que JS quis designar por “experimentação”. Primeiro, quanto aos preliminares (“foi um erro no princípio [a criação do Euro], isso foi claro” e “a esperança era que, por terem uma moeda partilhada, crescessem juntos”). Depois, quanto ao observado (“a Grécia cometeu uns poucos de erros... mas a Europa cometeu erros ainda maiores”, “as políticas que a Europa impôs à Grécia simplesmente não funcionaram e tal foi também verdade para Espanha e outros países” e “a receita que foi passada era venenosa – conduziu ao crescimento da dívida e à quebra da economia”). Em seguida, quanto aos seus talvez mais gravosos e profundos efeitos (“nada dividiu mais a Europa do que o Euro”). Aqui chegado, quanto à possibilidade atual de se corrigir a trajetória (“conseguem fazê-lo funcionar?”, “existe um curso alternativo” e “há toda uma agenda económica inacabada com que a maioria dos economistas concordam, exceto a Alemanha que não”). Por fim, quanto a saídas menos construtivas (“se a Grécia sair, eu penso que na verdade a Grécia fará melhor – haverá um período de ajustamento, mas a Grécia começará a crescer” e “a maioria dos economistas vai dizendo que a melhor solução para a Europa, se tiver que se desintegrar, é que a Alemanha saia – o marco valorizar-se-ia e a economia alemã seria objeto de um chuveiro de água fria”).
Entretanto, recomeça a cheirar a esturro ou a aproximação de borrasca da grossa...
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