(Christian Adams, http://www.telegraph.co.uk)
Um recente editorial do “Financial Times” punha as coisas “no são” acerca de uma eventual saída do Reino Unido da União Europeia, na sequência do crescente peso assumido pelas inconcebíveis posições e pressões populistas do propagandista Nigel Farage e do seu UKIP.
(Jeremy Banks, “Banx”, http://www.ft.com)
No essencial, à cegueira político-eleitoral de um amedrontado Cameron – que apenas vai conseguindo balbuciar que, em caso de referendo, fará campanha em favor da continuidade numa União Europeia reformada – contrapunha-se a bastante míope reação do líder trabalhista – um Ed Miliband a querer apresentar-se como um corajoso (?) opositor ao referendo condicionalmente prometido pelos conservadores, referendo que será provavelmente inevitável e talvez até desejável. Daí o eloquente e justo título do referido texto: “a voz pró-europeia está a faltar na Grã-Bretanha”.
(Dave Simonds, http://www.economist.com)
O argumento é claro: falta uma voz pró-europeia convincente e capaz de desafiar substantivamente o campo antieuropeu. De facto, as referências deste à experiência de países como a Noruega e a Suíça não apenas são demagógicas (na sua defesa vaga de special deals) como sobretudo escamoteiam o facto essencial de tais países estarem objetivamente obrigados a aceitar as imposições de Bruxelas em múltiplas matérias do foro comercial, de investimento ou de imigração como contrapartida para acessos privilegiados ao mercado único; sendo que a verdadeira alternativa dos “soberanistas” em relação a esta situação se iria necessariamente traduzir por um isolamento britânico que teria óbvias implicações nefastas na prosperidade futura do país – matéria sobre a qual o ministro da Economia francês foi cristalino:
E assim se conclui que não está a acontecer o que deveria estar, a saber: “os pró-europeus deveriam estar a apresentar the positive case for continued membership e a preparar-se para um futuro referendo”. Pois deveriam...
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