domingo, 9 de setembro de 2018

A INCERTEZA SUECA


O jornal do dia refere que estes homens e mulheres querem mudar a Suécia. A grande questão é a de como o querem tentar fazer, numa sociedade que já pouco tem a ver com aquela que chegou a ser o role model do ideal da social-democracia a funcionar em pleno. A campanha eleitoral foi quase completamente dominada pela nova fobia dominante em torno de uma presença crescentemente maciça de migrantes e da segurança que lhe é associada e o resultado de hoje é visto como o mais aberto e decisivo desde há muito, com os social-democratas a poderem vir a ter o pior score desde há um século (a média das sondagens da última quinzena atribui-lhes 24,7%, vindos dos 31% de 2014) e a extrema-direita a poder atingir valores altamente preocupantes (18,8% na média das ditas sondagens, uma subida de quase seis pontos desde 2014). A coligação no poder, entre os social-democratas do primeiro-ministro Stefan Löfven e os verdes e outra esquerda, arrisca uma forçada cedência perante a aliança conservadora (encabeçada por um Ulf Kristersson cujo partido valerá 17,5% segundo as sondagens, contra os 23,3% de 2014, mas cuja aliança à direita pouco perderá em relação às últimas eleições, ao invés da perda de maioria absoluta por parte da coligação progressista); em tal quadro, pode até acontecer o surgimento de uma indesejável mas necessária posição de charneira governativa para os populistas de Jimmie Åkesson. Tudo indica que a complexidade da situação determine que a incerteza não vá acabar logo mais à noite...

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