quinta-feira, 27 de setembro de 2018

O NORTE EM VERSÃO MENOS


O Eurostat publicou recentemente as últimas estatísticas do mercado de trabalho a nível regional. Ao dar uma olhadela pelas ditas, constatei um facto curioso que, não constituindo propriamente uma grande novidade, merecerá uma menção e alguma atenção. A saber: a Região do Norte de Portugal é aquela que relativamente pior se posiciona nos quatro indicadores mais típicos na matéria (emprego, desemprego, desemprego jovem e desemprego de longa duração). Este registo, que está longe de poder ser considerado suspeito vindo de alguém como eu (antes e depois das funções que ocupo), vale uma missa a inúmeros títulos. Um dos mais relevantes é o que tem a ver com a notória diferenciação inter-regional existente no País, algo que alguns insistem em não querer ver ao pretenderem invariavelmente continuar a tratar igual o que é diferente. Não dá que pensar, à luz de tudo quanto se sabe sobre a estrutura económica e a dinâmica das nossas regiões (ainda há dias ouvimos o ministro Vieira da Silva afirmar que “a Região Norte lidera a recuperação económica de Portugal”, sublinhando o seu ritmo de criação de emprego no pós-crise)?

Os mapas acima permitem visualizar o todo europeu e a distribuição dos problemas pelas suas várias subáreas regionais, surgindo bem evidente o modo como Portugal se afasta um tanto dos mais gravosos dados que caraterizam em geral a situação meridional (Grécia, Itália e Espanha, diferenciadamente embora consoante os indicadores). Os quadros abaixo mostram os últimos valores dos quatro referidos indicadores nas cinco regiões portuguesas NUTS 2 (com o Norte a apresentar a mais baixa taxa de emprego de todas, a mais alta taxa de desemprego total e jovem de todas e a mais elevada taxa de desemprego de longa duração de todas). Mais abaixo, a talhe de foice e por mera curiosidade, uma infografia com a composição da força de trabalho da União Europeia no seu conjunto de 28 países e mais de 380 milhões de almas dos 15 aos 74 anos (repare-se, com o devido júbilo, que já se começa a apontar para uma classificação de idoso apenas acima dos 75!).


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