sexta-feira, 21 de setembro de 2018

UMA PARCERIA SINCRONIZADA?

(Lucília Gago, nova Procuradora-Geral da República)


(Sem azedume e conflito de interesses, devo dizer que a recondução de Joana Marques Vidal não me chocaria. Mas a decisão aparentemente concertada entre Costa e Marcelo de propor uma nova personalidade traz nova luz à dimensão da cooperação estratégica e institucional entre os dois líderes.)

Repito que não me chocaria a recondução de Joana Marques Vidal. Compreendo também a tese do mandato longo e único. Apenas considero que se deveria ser mais claro no preceito constitucional para não dar azo a estas falsas controvérsias.

A decisão de propor uma nova personalidade para a Procuradoria estará certamente a provocar muita azia entre quem investiu politicamente (e fortemente diga-se) na manutenção do nome de JMV, associando à sua substituição terríveis cenários de manipulação. Imagino que os índices de animosidade na direita portuguesa quanto a Marcelo Rebelo de Sousa estarão no seu auge. Tomando como certo que a decisão foi concertada e cooptada entre as duas personalidades, aqui temos uma das mais avançadas formas de cooperação entre as duas lideranças, não num assunto inócuo, mas antes numa matéria de grande delicadeza política e que colocará certamente a nova Procuradora num foco de escrutínio comparativo.

Friamente, Francisca van Dunem, que muito aprecio como pessoa e estilo ministerial, sai reforçada de tudo isto, pois foi a primeira a lançar a sua opinião.

Mas ainda se conclui que António Costa deve invocar os céus pelo Presidente da República que lhe ofereceram. Não sei se Costa terá alguma vez praticado vela. Mas a verdade é que revela uma gtrande sagacidade para aproveitamento dos ventos favoráveis.

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