quarta-feira, 26 de setembro de 2018

PEDIDO DE AMIZADE


Quem estivesse à espera de que eu aqui perorasse sobre a deslocalização do Infarmed e a visão que lhe subjaz da descentralização do País, pode desenganar-se. Primeiro, porque vos dou a minha palavra de honra que nunca levei o alcance da coisa minimamente a sério; e acho até, à luz do que vou vendo e ouvindo hoje, que o que Rui Moreira andou a fazer publicamente foi mais a divertir-se com uma espécie de jogo floral e, nada tendo com ele a perder, a dar gás a um assunto que sabia não ter qualquer caminho viável. Depois, porque os factos estão aí (dei-me mesmo ao luxo de ir guardando os seus principais registos, convencido de que chegaria o dia, como chegou exatamente dez meses transcorridos, de os juntar numa breve cronologia em dois tempos: o take one dos anúncios e do empurrar para a frente, o take two dos recuos mal disfarçados) e dizem tudo quanto às impotências e às inocências que marcaram o essencial de um processo impróprio dos dias que correm.


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