segunda-feira, 24 de setembro de 2018

TIGER



(Não sou praticante de golfe e já não tenho idade para começar com exigência. Porém, ontem, já a noite de domingo tinha começado não pude deixar de me regozijar com o regresso de Tiger Woods à sua 80ª vitória. A força de comunicação do prodígio esmaga e as movimentações daquela massa de gente no campo para assistir ao regresso do seu ídolo é um momento de raro impacto televisivo.)

Haverá poucos desportos que não tenha praticado, graças às instalações desportivas do Liceu Rodrigues de Freitas (então D. Manuel II) onde deu para praticar tudo do mais relevante. Porém, não sei bem por que razão, sempre resisti aos apelos de amigos próximos para a iniciação no golfe. Talvez por aquele síndrome do medo de errar, a verdade é que de tacos e greens nem vê-los.

Mas o golfe televisivo descansa-me e de que maneira. Estava atento e com curiosidade ao Tour Championship de Atlanta este fim-de-semana, com a Ryder Cup já aí à espreita. Os primeiros dias da competição deram-nos a promessa do regresso de Tiger Woods às vitórias, depois de uma via sacra de desvios de comportamento, depressão, sucessão de intervenções cirúrgicas. Ontem, já a noite de domingo em Portugal nos visitava, regressei ao écran já com Tiger no comando, a ceder um pouco nos últimos três buracos, mas com a aquela força interior imensa a projetar-se para a vitória final, ao mesmo tempo que o europeu Justin Rose conquistava com o seu quinto lugar a FEDEX CUP.

À medida que se aproximava o buraco 18, a mole humana que se distribuía por todo aquele campo de Atlanta mais se identificava com o regresso de Tiger a uma vitória, mais propriamente a 80ª, a duas vitórias de bater todos os recordes da história do golfe vitorioso. Há momentos que só desporto consegue proporcionar e, ontem, aquela identificação daquela multidão com o reencontro de Tiger consigo próprio fica-me na retina.

Mas que Ryder Cup iremos ter!

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