quarta-feira, 5 de setembro de 2018

MAIS BRASIL

(Sérgio de Magalhães Gomes Jaguaribe, “Jaguar”, http://atarde.uol.com.br)


Já que estou com a mão na massa, insisto no Brasil do “deixa prá amanhã”. Interminavelmente. Incompreensivelmente. Irritantemente. Com as eleições presidenciais a um mês de distância e a incerteza a pairar no horizonte, desde logo quanto à possibilidade de Lula ainda se vir a apresentar – porque as sondagens ainda colocam Lula como vencedor distanciado (37% contra 26% de Bolsonaro) – e, no caso cada vez mais provável de um veredito negativo, quanto ao vencedor final (Bolsonaro torna-se o favorito, na medida em que as sondagens distribuem o hipotético voto em Lula pelo seu herdeiro Haddad – o PT já começa a trabalhar um slogan segundo o qual “Haddad é Lula” – mas também por Ciro Gomes, Marina e Alckmin, colocando estes quatro em posição próxima de qualquer um deles poder vir a ser o challenger de uma segunda volta). Quanto ao resto, o resistente povo brasileiro limita-se a ir observando e aguardando, maioritariamente desalentado e desorientado, e as promessas prosseguem ao ritmo de sempre em conformidades como esta. Ou seja: positivo, positivo, só o facto de se estar em contagem decrescente para o fim do mandato de Temer, um presidente ilegítimo, indecoroso e incompetente, um sujeitinho pelo desaparecimento do qual os brasileiros esperam ansiosamente.



(Renato Machado, http://www.folha.uol.com.br)


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