Quem é que não conhece o “Costa”? Ele aparece-nos um pouco por todo o lado quando circulamos pelo mundo e certamente que todos teremos alguma memória associada ao dito “Costa” em algum momento das nossas vidas. Eu pelo menos – que até nem sou um especial apreciador do relativamente banal produto-mãe – tenho vários, sendo os mais recorrentes ou salientes o “Costa” do Aeroporto Sá Carneiro (onde já esperei e desesperei por alguém durante horas!), o da estação de Waterloo em Londres (tanto que li em frente àquela saída do “Thalis”!) e o do “Boulevard Sébastopol em Paris (um excelente abrigo abençoadamente surgido num dia frio e chuvoso), mas não querendo esquecer o emblemático “Costa” portuense mais recentemente aberto nos Clérigos para servir os visitantes da “Lello”.
Pois muito bem. Vem tudo isto a pretexto de se ter sabido, por estes dias, que a cadeia de lojas “Costa Coffee” foi comprada pela “Coca-Cola” pelo brutal valor de 3,9 mil milhões de libras. O vendedor, a gigante “Whitbread” (com foco principal de atividade na hotelaria e no entretenimento), comprara a dita cadeia em 1995 por 19 milhões de libras e mostrou saber expandir a marca de modo notável e exponencial (quer no Reino Unido, onde tinha a sua única base de então com 39 lojas e detém hoje mais de 2400, quer internacionalmente, lançando 1400 lojas em 32 mercados) para uma dimensão global superior a 3800 lojas. Ao que tudo indica, a “Coca-Cola” levou a melhor sobre a “Starbucks” (que é uma espécie de irmão mais velho no setor do retalho de café e pretendia nele aprofundar um processo de concentração) e visa agora aproveitar as supply chains que possui à escala global no sentido de assim impulsionar o crescimento desta sua nova área de negócio (que constitui um manifesto processo de diversificação em relação à sua presença mais tradicional e relativamente saturada em termos de crescimento na área dos refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas).
Assim, e doravante (ou melhor, a partir de inícios de 2019, data em que a passagem de mãos acionistas se concretizará), sentarmo-nos num “Costa” à espera ou em pausa, lendo ou simplesmente observando, e por lá fazermos o respetivo consumo passará a significar estarmos a contribuir à nossa pequena escala para o engrandecimento em novos moldes da centenária multinacional americana que é a “Coca-Cola Company”.
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