(cartoon de Nicolas Vadot, http://www.levif.be)
O tema já aqui foi aflorado em outras ocasiões, mas continua a constituir-se numa matéria impressionante pela negativa – seja pela violência que comporta, seja pela incompreensão que suscita –, assim como fascinante pelo que revela do género humano e das diferentes formas de reação à pressão continuada e ao sofrimento prolongado. O caso da birmanesa Aung San Suu Kyi, atualmente a figura política mais influente de Myanmar após uma detenção de quinze anos que lhe valeu um generalizado reconhecimento internacional em matéria de liberdade e direitos humanos culminado com o Nobel da Paz de 1991, é paradigmático. De facto, o mundo pasma com o seu silêncio e a sua conivência para com a atroz repressão da minoria rohingya, a ponto de já existirem petições no sentido de que devolva aquele galardão. Claro que é mal comparado a muitos títulos e que o meu desconhecimento dos contornos pessoais é total, mas não consigo deixar de sentir que há qualquer coisa de Zita Seabra nesta evolução pessoal de uma mulher de luta que atingiu os seus limites de exaustão e, aos 73 anos, está acomodada e noutro comprimento de onda...
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