terça-feira, 13 de setembro de 2022

AOS 200 DIAS DE GUERRA

Nos últimos dias fomos tomados por notícias promissoras, vindas um pouco de todo o lado, sobre os caminhos da guerra da Ucrânia. Do que li, parece existir fundamento para algum otimismo em relação ao sucesso alcançado pelas incursões das forças ucranianas no nordeste do país, determinando até a retirada de forças russas de locais que haviam sido por elas ocupados. Contudo, ninguém saberá ao certo se se trata de um verdadeiro e sustentado avanço (percée, como titula o “Libération”), e portanto de uma definitiva viragem (tournant, como o mesmo jornal escreve em editorial), ou apenas de mexidas importantes mas mais ou menos precárias e suscetíveis de novas reversões. Embora já haja quem embandeire em arco com a “desorientação” alegadamente reinante nas hostes dos súbditos de Putin, e até com uma aproximação dos ucranianos a território russo, será talvez sensato esperar para ver mais em concreto se as coisas se consolidam em desfavor dos invasores e, assim, se podem realmente abrir-se perspetivas de esperança quanto ao fim de um conflito injusto e devastador e quanto à minoração dos seus efeitos na Europa e no mundo. Entretanto, o que sabemos desde já de fonte segura é que existe uma forte correlação entre tais recentes movimentações ucranianas no terreno e a disponibilização de significativos meios militares por parte do Ocidente, estes com especial origem num país como os Estados Unidos da América que cada vez mais emerge como o aliado objetivo mais notório da resistência de Zelensky.


(Ramses Morales Izquierdo, https://cartoonmovement.com)

(Morten Morland, http://www.thetimes.co.uk)

Sem comentários:

Enviar um comentário