Nada tão apropriado como um “God save the King” para aqui assinalarmos, com a devida vénia ao “L’Équipe”, o adeus do fantástico campeão Roger Federer aos courts de ténis. Aos 41 anos e já fustigado por lesões que frequentemente o vinham impedindo de competir, o atleta suíço sai de cena após ter sido um dos grandes de sempre ― para mim, e tendo em conta a minha longa carreira de assistência sentada de grandes jogos, não consigo deixar de considerar quanto são indevidas as comparações intertemporais na procura do melhor de todos os tempos, como não consigo deixar de relevar como especialíssima a época em que pontuava o sueco Björn Borg, nomeadamente através dos seus confrontos com John McEnroe, e a mestria de Jimmy Connors e Ivan Lendl, de Boris Becker e Mats Wilander, de Pete Sampras e Andre Agassi ou de Rafael Nadal e Novak Djokovic (estes ainda em competição), sendo que de Federer guardo uma imagem de portento físico combinada com uma enorme elegância e fair-play. Termino com duas notas de inapagáveis da memória de um fã, ambas relativas a dois jogos épicos em que Federer perdeu e ganhou: primeiro, aquele que alguns especialistas avaliam como o melhor jogo que alguma vez foi disputado neste desporto, a final de Wimbledon de 2008, que durou quase cinco horas, e em que Federer (vindo de cinco vitórias consecutivas no torneio) foi derrotado com honra e glória por Nadal em cinco sets, sempre tangenciais; segundo, também em Wimbledon mas em 2001, o jogo em que Federer eliminou o número um mundial de então, Pete Sampras, e assim anunciou ao mundo que o trono ia mudar de mãos. Um reconhecido obrigado a Roger Federer pelos tantos momentos de prazer que nos proporcionou (na infografia mais abaixo os 20 momentos de vitória em torneios do Grande Slam) e votos sinceros de que o resto da vida lhe sorria.
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