sábado, 3 de setembro de 2022

ENERGIA E CHIPS

(Marian Kamensky, https://cartoonmovement.com

Junto abaixo dois gráficos do tipo falante que ciclicamente aqui vou fazendo passar, sempre com a devida vénia aos seus autores ou entidades de publicação. Ambos estão diretamente relacionados com dois dos mais significativos estrangulamentos com que a economia mundial se depara no tempo presente: o primeiro mostra a repartição das fontes energéticas por grandes tipos nas grandes regiões do mundo e deixa claros os avanços relativos da Europa em relação às demais do ponto de vista da importante dimensão da sustentabilidade (44% de dependência de combustíveis fósseis contra 65% para os EUA, 79% para o Japão e 81% para a China, por um lado, e 31% de representatividade das renováveis no respetivo mix energético contra 14% para os EUA, 15% para o Japão e 13% para a China); o segundo evidencia as quotas de mercado detidas pelos grandes produtores mundiais de chips em função da sua localização e lógica transformadora (própria ou destinada a clientes terceiros), tornando óbvias as razões económicas pelas quais tanto ruido se tem feito sentir em favor de Taiwan (o país detém 60% de quota mundial na segunda daquelas dimensões e um peso relevante em termos totais, um valor apenas inferior ao americano, ampliado por via das multinacionais, e ao da Coreia do Sul, embora bastante próximo) e a chocante inexistência de facto dos europeus nesta matéria tão determinante para um eficaz enfrentamento das presentes dificuldades e roturas experimentadas pelas cadeias de valor e para a preparação de um outro e mais autónomo futuro das diferentes economias. Subsídios inequívocos para uma melhor compreensão do que de menos bom nos vai acontecendo, quer na medida em que esta última questão está absolutamente na ordem do dia e a afetar de forma essencial os possíveis e necessários ajustamentos reativos quer na medida em que o avanço societal europeu em termos energéticos e o fundamentalismo verde em que obsessivamente se tem apostado sem  cuidar seriamente de garantir a devida reciprocidade não deixam de se traduzir em desequilíbrios competitivos com implicações muito gravosas nas dinâmicas económicas de curto, médio e longo prazo.


Sem comentários:

Enviar um comentário