Embora a história não pareça reservar-lhe grande espaço, andou por aí – pela mão do ministro Álvaro – uma ECEFI, leia-se “Estratégia para o Crescimento, Emprego e Fomento Industrial 2013-2020”. Em tempos em que todos ralham por falta de crescimento, o esforço produzido no Palácio do Manteigueiro (Horta Sêca) não pode deixar de ser encarado como meritório, e assim condescendentemente aconteceu com a preguiçosa maioria dos nossos comentadores.
Pela minha parte, não contesto. Mas não quereria renunciar ao contrabalanço de uma ligeira descarga de consciência, aludindo a três ordens de considerações que me parecem imbuídas da devida pertinência e seguidamente equaciono:
· o papel de “braço armado” alegadamente atribuído à CGD na operacionalização e viabilização de diversas medidas traz novamente ao de cima a questão do “banco público”, num momento em que os resultados contabilisticamente assumidos de uma CGD ao serviço do poder político-partidário ascendem já a cerca de 900 mil milhões de euros (prejuízos de 2011, 2012 e 1º trimestre de 2013);
· o papel assignado à AICEP – que sempre é a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – seria expectavelmente nuclear em qualquer ECEFI de qualquer país normal e civilizado mas está praticamente ausente do documento aqui em causa, talvez porque a sua tutela funcional é proveniente de outra capela e não obstante ter sido entretanto divulgado que a Agência entregou ao Governo “um plano para captar investimento estrangeiro em 16 setores de atividade [moldes, metalomecânica, pasta e papel, agroalimentar, tecnologias de informação e comunicação, serviços partilhados, automóvel, têxtil, minas, farmacêutico, bioindústria, turismo, mar, floresta, saúde, aeronáutica – uff, que seletividade!] identificados como determinantes para reativar a economia nacional”;
· o papel reconhecidamente chamativo da quantificação de objetivos, 6 no caso vertente (veja-se a imagem abaixo, reproduzida a partir da apresentação oficial), na formulação e divulgação de estratégias deste tipo acaba sempre por redundar numa opção melindrosa e que se constitui num “pau de dois bicos”, quer porque há um imenso oceano a separar a ação política expressa por desejos voluntaristas e a real capacidade para os concretizar quer porque tais desejos ficam incontornavelmente gravados e rapidamente podem ser virados em compromissos por cumprir (por muito que não facilmente escrutináveis, na medida em que, a longo prazo, possamos vir a estar todos mortos).
Pela minha parte, não contesto. Mas não quereria renunciar ao contrabalanço de uma ligeira descarga de consciência, aludindo a três ordens de considerações que me parecem imbuídas da devida pertinência e seguidamente equaciono:
· o papel de “braço armado” alegadamente atribuído à CGD na operacionalização e viabilização de diversas medidas traz novamente ao de cima a questão do “banco público”, num momento em que os resultados contabilisticamente assumidos de uma CGD ao serviço do poder político-partidário ascendem já a cerca de 900 mil milhões de euros (prejuízos de 2011, 2012 e 1º trimestre de 2013);
· o papel assignado à AICEP – que sempre é a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal – seria expectavelmente nuclear em qualquer ECEFI de qualquer país normal e civilizado mas está praticamente ausente do documento aqui em causa, talvez porque a sua tutela funcional é proveniente de outra capela e não obstante ter sido entretanto divulgado que a Agência entregou ao Governo “um plano para captar investimento estrangeiro em 16 setores de atividade [moldes, metalomecânica, pasta e papel, agroalimentar, tecnologias de informação e comunicação, serviços partilhados, automóvel, têxtil, minas, farmacêutico, bioindústria, turismo, mar, floresta, saúde, aeronáutica – uff, que seletividade!] identificados como determinantes para reativar a economia nacional”;
· o papel reconhecidamente chamativo da quantificação de objetivos, 6 no caso vertente (veja-se a imagem abaixo, reproduzida a partir da apresentação oficial), na formulação e divulgação de estratégias deste tipo acaba sempre por redundar numa opção melindrosa e que se constitui num “pau de dois bicos”, quer porque há um imenso oceano a separar a ação política expressa por desejos voluntaristas e a real capacidade para os concretizar quer porque tais desejos ficam incontornavelmente gravados e rapidamente podem ser virados em compromissos por cumprir (por muito que não facilmente escrutináveis, na medida em que, a longo prazo, possamos vir a estar todos mortos).
Pode alguém fazer o favor de mandar um bilhetinho (ou sms?) ao Álvaro, pedindo-lhe que não se deixe esmorecer e muito menos pense em desistir da nobre missão que em boa hora o trouxe da longínqua Vancouver à Capital do nosso decadente “Império”?
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