(Tom Janssen, http://www.trouw.nl)
Foram mais de quinhentas as
vítimas mortais da derrocada de um edifício onde funcionavam cinco fábrica de confeções,
em Daca (Bangladesh). “Casa roubada,
trancas à porta” e logo vieram os reativos do costume proclamar a sua moral –
os responsáveis europeus, zona que é a maior parceira comercial daquele país,
ameaçando-o de lhe retirar algumas das vantagens de que goza em termos de isenção de
direitos de importação; as associações representativas de empresários e
consumidores ocidentais alertando para as péssimas condições de laboração em que é confecionada a roupa que importam e compram a baixíssimo preço; os governantes locais prometendo um aumento
do salário mínimo dos
trabalhadores da indústria têxtil.
Assim limpas as consciências, tudo segue como dantes. A União Europeia nem dá sinais de qualquer mudança de comportamento em relação à dramática situação de fundo – que vai, obviamente, muito para lá deste caso e deste país concretos –, nem alivia o tom do discurso livre-cambista puro e duro dos principais beneficiários da situação (holandeses, ingleses, nórdicos). Agora, como sempre, o cinismo dos interesses…
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