Há outras matérias bem mais estimulantes para debate entre mim e o meu colega de blogue do que as vitórias futebolísticas a Norte (F.C.Porto na Liga e Vitória de Guimarães na Taça) ou o desprestigiante desempenho presidencial do “homem de Boliqueime” e o “irritante diletantismo” de Miguel Sousa Tavares (MST).
Quanto a esta, e no que me toca, não falei de qualquer tipo de “coragem do escriba” mas limitei-me a considerar que a expressão condensaria o sentimento da maioria dos portugueses ao longo de 2013. E basta andar pelas ruas deste País, utilizar os seus transportes coletivos, frequentar os seus cafés e espaços públicos para perceber o que Cavaco representa hoje em falta de credibilidade para a maioria dos portugueses. Uma avaliação mais “objetiva”? Vejam o último barómetro da “Marktest”, publicado pelo “Expresso”, segundo o qual pela primeira vez desde Janeiro de 2000 (124 recolhas mensais) um Presidente da República tem um saldo negativo de popularidade.
Concordo que “a classe política que anda por aí tem posto o sistema a jeito para processos dessa natureza [populista] à portuguesa” e que “é isso que deve ser discutido”. Mas não concordo que MST tenha vindo proporcionar a Cavaco “um retocar de forças e apoios que já ninguém estaria disposto a conceder-lhe”, antes alinho mais pela ideia de Vasco Pulido Valente de que “a reação, quase instantânea, de Belém é, antes de mais nada, o sinal de uma enorme fraqueza”.
Assino, pois, por baixo o teor da sua crónica de hoje no “Público”, que termina assim: “Levantar esta questão no meio da balbúrdia e da miséria do país será sempre tomado como um mau sinal. Escuso de explicar ao Presidente que a dignidade em que ele tanto insiste sofrerá, talvez mortalmente, com um ‘inquérito’ ou um processo a Miguel Sousa Tavares. A verdadeira dignidade consistiria em não o ouvir. Agora, infelizmente, é tarde”.
Não é estadista quem quer ou como tal se proclama…
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