O penúltimo artigo semanal de Wolfgang Münchau no “Financial Times” foge do habitual raciocínio e discurso económico para levantar uma questão muito interessante a propósito da atual discussão em torno do possível abandono da União Europeia pelo Reino Unido. Que é colocada nestes termos: “Onde eu difiro de muitos pró-europeus no Reino Unido é em que eu simplesmente não preciso de qualquer razão económica para chegar a esta posição ou de qualquer tipo de razão racional para tal. Sou a esse respeito como uma criança de seis anos. Quero a UE porque quero. Talvez seja uma coisa cultural, talvez seja o resultado de ter aprendido Latim como primeira língua estrangeira, de algumas viagens ao exterior na minha juventude ou de um encontro há muito esquecido. Não tenho qualquer ideia. O que quer que tenha sido tornou-me um pró-europeu alguma décadas depois. Não foi uma alegre antecipação de ganhos de produtividade decorrentes de um mercado único.”
Temos assim, e por um lado, uma certa consagração da multidisciplinaridade metodológica (geopolítica e cidadania versus eficiência económica). Mas temos também, e por outro lado, uma “fanática” profissão de fé numa realidade (o europeísmo) que pode afinal não passar de mera ficção. Onde estão as nossas verdadeiras raízes? De que nos queremos reivindicar? O que sentimos que somos? Eis alguns dos possíveis termos de referência de todo um debate que, desdobrado pela convocação de elementos provenientes de inúmeras dimensões (local, regional, nacional, europeia), mereceria certamente maior aprofundamento e melhor tratamento dentro e fora das cabeças de cada um de nós…
Temos assim, e por um lado, uma certa consagração da multidisciplinaridade metodológica (geopolítica e cidadania versus eficiência económica). Mas temos também, e por outro lado, uma “fanática” profissão de fé numa realidade (o europeísmo) que pode afinal não passar de mera ficção. Onde estão as nossas verdadeiras raízes? De que nos queremos reivindicar? O que sentimos que somos? Eis alguns dos possíveis termos de referência de todo um debate que, desdobrado pela convocação de elementos provenientes de inúmeras dimensões (local, regional, nacional, europeia), mereceria certamente maior aprofundamento e melhor tratamento dentro e fora das cabeças de cada um de nós…
Sem comentários:
Enviar um comentário