Tinha um post
preparado sobre a exposição da Joana Vasconcelos em Lisboa num contraponto
sugestivo entre a sua imaginação e os ambientes da realeza portuguesa dos fins
da monarquia que nunca tinha visitado e que me seduziu bastante.
Mas o contacto de novo com a realidade
informativa, comunicação de Paulo Portas enquanto líder do outro partido da coligação
e comentadores de fim de domingo levam-me a abandonar esse projeto para dar
largas à minha fúria de “blogger”. E
a melhor expressão que encontro para descrever essa fúria é chamar a tudo isto
uma verdadeira ganapada. O desplante com que se joga com o futuro e situação
dos portugueses está a pedir uma reação do tipo anarquista. Da intervenção de
sexta-feira à noite do primeiro-ministro para a de Paulo Portas, com toda a série
de notícias vertidas para os jornais durante o fim de semana, os portugueses e
sobretudo os reformados e pensionistas ou candidatos a tal viram-se
transformados em joguetes, ora com mais uma contribuição de solidariedade, ora
sem ela, ora com reformas em pleno aos 67 ou aos 66. E não ficaremos por aqui,
seguramente. É inacreditável como a decomposição do governo e da maioria é
transposta para o plano da comunicação pública, mas não uma comunicação
qualquer, mas antes a publicitação de notícias e decisões que mexem estruturalmente
com o rendimento disponível líquido de grupos bem determinados da população
portuguesa. Mas que raio de interlocução terão os representantes da TROIKA esta
semana nas conversas/negociações com o Governo?
Já me tinham chegado aos ouvidos, via meios de
Bruxelas e não foram do Parlamento Europeu, ecos de que funcionários da Comissão
Europeia com assento técnico nas negociações com o Governo Português terão ficado
de boca aberta com as posições manifestadas pela delegação governamental de
ampla e completa aceitação das propostas de cortes salariais e de pensões e de
profundas reticências e resistências sobre os aspetos das rendas de PPP e de contratos
nos domínios da energia e telecomunicações. Tais reações são coerentes com o
que se vai ouvindo.
Mas agora em que a divisão no seio do governo já
ultrapassou o confronto PSD versus CDS-PP para atingir o próprio PSD em rebelião
aparente com a “schaublemania” de Gasparinho, é difícil imaginar que interlocução
terá esta semana a TROIKA.
Que esta gente não era de confiança já tinha aqui
concluído. Mas ganapada no governo já ultrapassa toda a imaginação, mesmo a
mais doentia.
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