quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A ALEMANHA A FAZER HISTÓRIA FINANCEIRA



O “Financial Times” fala especificamente de um milestone para os livros de história financeira, registando deste modo o dia em que a Alemanha – que já vinha registando yields maioritariamente negativos desde a viragem de 2014 para 2015 – leiloou/vendeu pela primeira vez obrigações soberanas com yields abaixo de zero (o que aliás tinha previamente ocorrido com a menos significativa Finlândia), mais precisamente 3,28 mil milhões de euros com maturidade a abril de 2020 e a um yield médio de -0,08%. E, acrescente-se, já são também negativos os yields holandês e austríaco, para além dos de dois países não membros do Euro, Dinamarca e Suíça.


Hoje, esses mesmos rendimentos associados à dívida germânica registaram também um novo recorde no tocante ao prazo de dez anos (0,2843%), valor que compara com os atuais 1,95% para os Estados Unidos e 1,69% para o Reino Unido e que é mesmo inferior ao mais baixo benchmark japonês de sempre (0,33%).

A constatação destas evidências – que, diga-se de passagem, também contribuem para esclarecer o que representou a Zona Euro para a Alemanha e seus principais satélites económicos europeus – justificará que nos detenhamos em alguns gráficos adicionais que ajudam a contextualizar o que está em causa, quer no que se refere às anacrónicas tendências remuneratórias recentes associadas à dívida alemã (que já só paga 1% a 30 anos!), às suas evoluções num período relativamente longo (desde 1980) e desde a criação do Euro ou à sua igualmente elucidativa comparação com a situação portuguesa neste mesmo período de tempo.

É este o mundo louco em que nos vai sendo dado participar, obviamente debaixo de um improcedente mas salutar voto de protesto...





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