domingo, 8 de fevereiro de 2015

UMA LUZ, FINALMENTE?

(Fulcrum Asset management)


Gavyn Davies não é um cronista qualquer e a Fulcrum Asset Management do qual Davies é Chairman costuma ser apontada como entidade fiável de prospetiva económica a curto médio prazo. Ora de tudo quanto tenho lido nos tempos mais recentes sobre antevisões de ritmos de crescimento económico, é a primeira vez que estou perante um conjunto de previsões que auguram alguma luz ao fundo do túnel do qual o crescimento deve brotar. Isso acontece porque também pela primeira vez parece haver alguma conformidade entre os ritmos previsíveis de crescimento entre os grandes blocos, com os Estados Unidos à cabeça e tudo indica a entrar em alguma sustentabilidade de crescimento, embora ainda que moderado. A zona euro parece despertar de alguma letargia, com a revisão em alta de 0,5% para 1,2%. E o Japão parece finalmente começar a dar alento à Abeconomics.
As previsões da Fulcrum assentam num modelo sofisticado que transforma alertas e sinais provenientes de várias fontes num fator previsional agregado que define as tendências mais prováveis. O modelo não está disponível ao vulgar dos leitores e por isso não é possível ajuizar da credibilidade do sinal agora transmitido.
Pressupondo a já mencionada credibilidade, haverá finalmente uma luz ao fundo do túnel do crescimento.
Porém, os valores encontrados não são de molde a afastar o interesse de continuarmos a discutir as ameaças de estagnação secular. E, para além disso, também não justificam entusiamo por ai além aos que na mínima sustentabilidade de recuperação se apressam a desvalorizar os estímulos à economia. Será necessário seguir com mais atenção o comportamento do desvio entre produto real e potencial das economias avançadas e captar multi-informação sobre os mercados de trabalho comparando-os com o imediatamente antes de 2007-2008. Tudo isto para não ficarmos sem visão com o choque da luz ao fundo do túnel.

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