(Ben Thompson)
Por muito que nos custe a blogosfera é essencialmente
americana. E bastam dois critérios simples para o reconhecer. Primeiro, entre
os blogues mais lidos e visualizados no mundo encontramos essencialmente
exemplos americanos. Segundo, se quisermos reconstituir debates aguerridos na
blogosfera é por essas bandas que temos de circular. Claro que a minha perceção
é enviesada pela blogosfera económica. Mas talvez o enviesamento não seja
afinal muito pronunciado.
Contextualizada que está a questão, o facto de um
escritor e blogger (Andrew Sullivan) ter abandonado claramente por saturação o
seu blogue “The Dish –Biased and Balanced”
tem suscitado um debate que já é recorrente e que consiste em afirmar a morte
anunciada do blogue como forma de expressão.
O tema não me interessa porque esteja numa de
apanhar a onda e invocar saturação para encontrar uma eventualmente mais saudável
de passar os serões. Interessa-me por tem dado origem a desenvolvimentos
interessantes sobre o que significam e como podem evoluir estas normas de
comunicação. Há de facto vários ritmos de blogging
e pelo que me foi dado perceber Sullivan era dos que o praticava como uma
espécie de “blogging addiction”, algo
em torno de 10 posts por dia, num ritmo stressante. Jason Kottke conduz-nos à ideia de que outras
formas de comunicação praticamente em contínuo arruinaram esse modelo de
blogging: “Instead of blogging, people are posting toTumblr, tweeting, pinning things to their board, posting to Reddit,Snapchatting, updating Facebook statuses, Instagramming, and publishing on Medium.”
Nesse contexto, acho particularmente sugestivo o social/communications map que Ben Thompson no Stratechery nos propõe e que acaba por nos
levar por uma espécie de viagem no tempo evolutivo dos media, construindo um
modelo de quatro quadrantes combinando os atributos da permanência/efemeridade
e da simetria/assimetria.
É um mundo fascinante, mas por agora já me basta
a pressão de um post de fim de noite.
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