segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

A SABEDORIA CONTRA O AZEDUME


Como já aqui disse noutras ocasiões (post de 22 de dezembro de 2013, p.e.), não conheço pessoalmente Jaime Nogueira Pinto (JNP) e cheguei até a ter dele aquela ideia errada que nasce de preconcebimentos históricos e apressados. Pois, na “Weekend” do “Jornal de Negócios” deste fim de semana, JNP voltou a exibir a sua inteligência e grande qualidade intelectual numa entrevista fascinante que tem a dúbia chamada de primeira página que acima reproduzo – eis aqui, em toda a sua expressão, o problema daqueles que leem as “gordas” sem se darem ao trabalho de irem às miudezas da análise. Porque se é dito que “o Syriza é uma coisa de imaginação”, também o é (desde logo por baixo da foto, embora em letra bem mais pequenina) que “os políticos atuais ou futuros precisam de imaginação” e que “Portugal precisa de imaginação, senão não vai longe”.

Dentro, no sito suplemento, há ainda um resumo (ver abaixo) que já explica muito mais, entre a vitória do Syriza como sendo devida ao “sempre tudo igual” do centrão e a rejeição de uma “economia como senhora de tudo” ou de que em Portugal se tenha vivido acima das possibilidades (“se não houver possibilidade, morre-se”), passando ainda por um suposto fim da história que resultaria em transformar o mundo “numa Disneylândia para todas as idades” e por aquela afirmação tão verdadeira quanto genial de que “se os pobres não fossem pessoas honestas, nós nem podíamos sair à rua”. E ainda por lá há muito mais do que foi dito por JNP, alguém que aos 69 anos vem contrariar a maldição do envelhecimento aos 70 de que nos falava a crónica de Vasco Pulido Valente a que o António Figueiredo aqui elegantemente ripostou no seu brilhante post de ontem “Benchmarking para o Envelhecimento”. Pior do que os bilhetes de identidade antigos de alguns aristocratas são as cabeças puídas de aristocratas menos abrangentes e igualmente detentores de bilhetes de identidade antigos...

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