sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

SOLI... QUÊ?


Passos, em crescente encantamento consigo próprio e com o bambúrrio de sorte que lhe caiu no colo mal sabendo ler ou escrever, falou ontem à saída do Conselho Europeu em Bruxelas e mostrou-se afinadinho em relação às miseráveis declarações do chefe Cavaco. Como dizia ontem Pacheco Pereira na “Quadratura do Círculo”, eles já parecem os “verdadeiros finlandeses” naquele tipo de afirmações sem qualquer sentido de Estado e a roçar os discursos racistas típicos dos vários populismos que pululam na Europa. Assim falou o cavalheiro (digamos assim): “Portugal é de longe o país dentro da União Europeia que, em percentagem do seu produto, maior esforço fez de apoio e de solidariedade em relação à Grécia. (...) Nós não queremos alimentar qualquer sentimento de desigualdade mas, na verdade, desde o início sempre dissemos que a Grécia era um caso único e nessa medida que teria soluções únicas que os outros países não tiveram. Mas aqueles que fizeram também um esforço muito grande sabem que não tiveram condições tão facilitadas, digamos assim, como a Grécia teve. E isso hoje também sai do bolso desses cidadãos.” Que bem cantam ao desafio estes nossos dois queridos líderes!

Mas há mais cá pela Ibéria. Ao que nos relata um oportuno e orgulhoso tweet do nosso secretário de Estado dos Assuntos Europeus – repito, dos Assuntos Europeus –, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol terá vindo afirmar que se a Espanha não tivesse emprestado dinheiro à Grécia teria podido aumentar as pensões em torno de 38%! Esta gente não se mede? Localizar-se-á no aqui e agora? Ter-lhes-á sido ensinada a noção de mínimos? E se os responsáveis dos países europeus que têm sido contribuintes líquidos da União lhes e nos tivessem andado a atirar à cara equivalentes discorrências e alarvidades ao longo destes mais de trinta anos?


Cada vez tendo a achar mais que esta “desconstrução europeia” não tem ponta por onde se lhe pegue! Repito a pergunta, mas já não espero resposta: soli... quê?

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