O nova-iorquino Steve Lehman já foi descrito como “uma das figuras que está a transformar o jazz do início do século XXI”, designadamente devido à sua aplicação pioneira da música espectral (“método de composição no qual as notas isoladas são analisadas, frequentemente por um programa informático, de modo a expor um conjunto de micro-sons que se podem tornar blocos para construir a harmonia, melodia e ritmo”) àquele género musical. Tinha, por isso, alguma curiosidade em ouvi-lo ao vivo, junto com o seu octeto de virtuosos instrumentistas e improvisadores (ele no saxofone alto e na electrónica e os restantes tocando saxofone tenor, trompete, trombone, tuba, contrabaixo, vibrafone e bateria), e assim aconteceu este domingo à noite na Sala Guilhermina Suggia da Casa da Música onde apresentou o seu recente disco “Mise en Abîme”. O resultado tem o seu lado estranho, como tudo o que é novo, mas aquela combinação vanguardista de sonoridades desconstruídas ou reelaboradas abre mesmo perspetivas irrecusáveis. E os intérpretes ainda foram a tempo de assistirem à final do “Super Bowl 2015”, um evento que confessaram ser parte inalienável da sua cultura...
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