(Barry Ritholtz, The Big Picture, http://www.ritholtz.com)
O shutdown recém-ocorrido
nos Estados Unidos da América voltou a trazer à tona inúmeras vulgatas
dominantes na teoria económica ou na ciência política. Mas também deu aso a uma
insistência em falsas ideias feitas pela comunicação social, como acontece com
aquela que tantos gostam de repetir de que a China é a principal detentora da
gigantesca dívida pública americana (16,8 biliões de dólares em julho),
acrescentando-se-lhe por vezes o picante de tal constituir uma prova provada de
que os americanos estarão cada vez mais nas mãos dos chineses ou de que é cada
vez mais real o “perigo amarelo” no mundo.
Vejamos então, para tal recorrendo ao gráfico acima que mostra com
clareza uma repartição relativamente equilibrada da referida dívida entre três grandes
tipos de proprietários: as instituições e agências representativas do Governo
Federal (com destaque para a Segurança Social e a Reserva Federal), entidades
domésticas várias (cidadãos individuais, brokers
e empresas, mas também fundos de investimento, fundos de pensões e governos
locais) e o exterior (onde, aqui sim, impera a China como principal país
credor).
O esquema abaixo dá conta mais pormenorizadamente da repartição por
países ou grupos de países dos títulos detidos pelo resto do mundo, permitindo
salientar aquela dominante posição chinesa (entre um quinto e um quarto do
total), o importante peso do Japão (um quinto do total) e os cerca de 15% em
mãos de grupos bancários das Caraíbas (Antilhas
Holandesas, Bahamas, Ilhas Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Panamá),
de diversos países exportadores de petróleo e do Brasil.
Aqui fica o esclarecimento...
(adaptado a partir do
Financial Times e de dados de http://www.treasury.gov)
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