segunda-feira, 28 de outubro de 2013

OS 17 BILIÕES

(Barry Ritholtz, The Big Picture, http://www.ritholtz.com)

O shutdown recém-ocorrido nos Estados Unidos da América voltou a trazer à tona inúmeras vulgatas dominantes na teoria económica ou na ciência política. Mas também deu aso a uma insistência em falsas ideias feitas pela comunicação social, como acontece com aquela que tantos gostam de repetir de que a China é a principal detentora da gigantesca dívida pública americana (16,8 biliões de dólares em julho), acrescentando-se-lhe por vezes o picante de tal constituir uma prova provada de que os americanos estarão cada vez mais nas mãos dos chineses ou de que é cada vez mais real o “perigo amarelo” no mundo.

Vejamos então, para tal recorrendo ao gráfico acima que mostra com clareza uma repartição relativamente equilibrada da referida dívida entre três grandes tipos de proprietários: as instituições e agências representativas do Governo Federal (com destaque para a Segurança Social e a Reserva Federal), entidades domésticas várias (cidadãos individuais, brokers e empresas, mas também fundos de investimento, fundos de pensões e governos locais) e o exterior (onde, aqui sim, impera a China como principal país credor).

O esquema abaixo dá conta mais pormenorizadamente da repartição por países ou grupos de países dos títulos detidos pelo resto do mundo, permitindo salientar aquela dominante posição chinesa (entre um quinto e um quarto do total), o importante peso do Japão (um quinto do total) e os cerca de 15% em mãos de grupos bancários das Caraíbas (Antilhas Holandesas, Bahamas, Ilhas Bermudas, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens Britânicas e Panamá), de diversos países exportadores de petróleo e do Brasil.

Aqui fica o esclarecimento...

(adaptado a partir do Financial Times e de dados de http://www.treasury.gov)

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