terça-feira, 1 de outubro de 2013

GRÉCIA: AUSTERIDADE E DECOMPOSIÇÃO



Não sei exatamente a razão, mas temos deixado misteriosamente de falar sobre o lado profundo da austeridade grega. Talvez porque a violência de rua amainou e não há aquelas fotografias marcantes para impactar os leitores. Ou então porque no subconsciente nacional, face aos riscos da austeridade nos acompanhar por muitos anos e entrarmos numa senda empobrecimento a longo prazo, nos incomoda partilhar a penosidade com a sociedade grega.
Pelo correio amigo do sempre atento António Melo, tomei contacto com um lado negro das consequências da austeridade grega, que muito impressionaria por certo alguns intelectuais portugueses. Com notícias divulgadas designadamente pelo Il Manifesto de Roma e pelo Guardian, têm-se sucedido nos últimos dias encerramentos puros e simples das grandes universidades gregas. O Público e o Jornal de Negócios também cobriram o assunto.
As universidades de Atenas, Aristóteles de Salónica, Patras, Ioannina e Creta encerraram portas na sequência das decisões emanadas da Troika de exigências de dispensa de cerca de 40% dos efetivos (essencialmente cortes de pessoal administrativo), invocando indicadores de excesso de pessoal. Em Atenas, para além da Universidade Nacional, fundada em 1837, também colapsou a Universidade Politécnica de Atenas, historicamente conhecida pela sua resistência à ditadura grega.
A história inverte-se tragicamente.

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