(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
O regresso de Chancerelle de Machete à vida governativa, de que estava afastado há quase vinte e
oito anos, tem sido uma quase homérica odisseia. Embora invariavelmente
contando com a incomensurável condescendência (ou será só falta de escrúpulos e
ausência de sentido de Estado?) de Passos perante os sucessivos estragos
provocados pelas suas intrépidas aventuras. Mas o homem não se enxerga e quando
a dose de “incorreções factuais” veio pôr a nu a sua recorrência na mentira,
primeiro apenas disfarçando aproveitamentos pessoais e depois envergonhando
Portugal, teve a desfaçatez de ir ao Parlamento queixar-se de “assassinato
político” – não será antes suicídio? Ouçamos, a propósito, a indignação do insuspeito
António Lobo Xavier, no “Quadratura do Círculo” desta semana:
“A
coisa pior que se pode fazer num Governo, em situações como esta, é não ter
autoridade moral, é manter pessoas que debilitam a autoridade moral de quem tem
de impor sacrifícios , de quem tem de conduzir um processo de ajustamento. E
não há dúvida – infelizmente o digo, com pena – o ministro Rui Machete entrou
na zona da falta de credibilidade moral, e digo isto para dizer o menos. (...)
Não é por causa da separação de poderes, é porque isso é falso; isso é falso e
é uma declaração pública de um governante português falsa num Estado, seja
Luanda ou seja outro qualquer. (...) É uma pessoa que está a diminuir
drasticamente a credibilidade do Governo e isso faz imenso mal, não é ao
Governo, é ao País inteiro é à política em geral.”
Obviamente, nunca se demitirá!
Sem comentários:
Enviar um comentário