quinta-feira, 31 de outubro de 2013

“UM BANDO DE MENINOS”


Quem disse que não há coincidências? Ontem ao deitar, lia eu uma crónica do mais recente “Quinto Livro de Crónicas” de António Lobo Antunes, interrogava os meus botões sobre a grande contenção do autor – ao invés dos irmãos – em matérias especificamente político-governativas. Pois não é que ao abrir a “Visão” de hoje encontrei na sua crónica (“Um Dó Li Tá”) uma resposta dada pelo próprio!

Começa assim: “Perguntam-me muitas vezes por que motivo nunca falo do governo nestas crónicas e a pergunta surpreende-me sempre. Qual governo? É que não existe governo nenhum. Existe um bando de meninos, a quem os pais vestiram casaco como para um baptizado ou um casamento. Claro que as crianças lhes acrescentaram um pin na lapela (...)”. E, um pouco mais adiante, acrescenta: “Esta criançada é curiosa. Ensinaram-me que as pessoas não devem ser criticadas pelos nomes ou pelo aspecto físico mas os meninos exageram, e eu não sei se os nomes que usam são verdadeiros: existe um Aguiar Branco e um Poiares Maduro. Porque não juntar-lhes um Colares Tinto ou um Mateus Rosé? É que tenho a impressão de estar num jogo de índios e menos vinho não lhes fazia mal.

Convicto do vosso gosto pela qualidade linguística, sociológica e cívica, recomendo que leiam o resto na revista e que comprem o livro...

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