Por ter sido
o primeiro programa da série que agora se propõe protagonizar semanalmente –
veremos com que valor acrescentado ou diferenciação em relação aos chamados
comentadores –, Fernando Teixeira dos Santos (FTS) não podia escapar à
abordagem do tema quente associado ao pedido português de resgate em que teve o
papel ativo que se conhece e que Sócrates abordou na sua recente entrevista ao
“Expresso” nos seguintes termos: “Fiquei
muito zangado, mas a verdade é que já não estou. Passei dois anos horríveis com
o Teixeira dos Santos, horríveis. Ele foi-se abaixo! E teve uma atitude
horrível connosco.”
Pois FTS –
permanentemente entalado entre duas interpretações contraditórias dos factos
pela maioria dos analistas e dos agentes económicos e políticos que sobre o tema se
vão pronunciando – foi claríssimo na sua escolha de alinhamento: a resposta
governamental à crise orçamental já se iniciara em maio de 2010, o resgate
irlandês determinara esforços europeus no sentido de uma “abordagem
compreensiva”, o PEC 4 (assumindo a contagem tornada oficial mas que o próprio
considera errada) era uma espécie à data de programa cautelar, o PEC 4 era
possível de executar e “o pedido de ajuda ocorreu quando tinha de ocorrer”.
Ou seja: ouvimos
pela boca de FTS a negação da justeza do libelo acusatório que tantos têm dirigido a
Sócrates e segundo o qual o anterior primeiro-ministro teria resistido ao longo
de meses a pressões do seu ministro das Finanças (e de outras figuras
relevantes, como o governador do Banco de Portugal?) visando uma solicitação de
resgate algures entre finais de 2010 e inícios de 2011. Não comento, apenas
registo...
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